O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira que os bancos centrais vivem “um momento um pouco paradoxal”. “As autoridades monetárias estão atuando com cautela por [causa de] surpresas positivas”, disse em live promovida pela Bradesco Asset Management.
Ele destacou que a “atividade econômica e o mercado de trabalho seguem resilientes” globalmente, ao mesmo tempo que a inflação vem perdendo força ao redor do mundo.
No fim de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu por unanimidade a Selic de 11,75% para 11,25%, sempre em termos anuais. Também disse que todos os integrantes do colegiado “anteveem redução de mesma magnitude (0,5 ponto) nas próximas reuniões”, caso o “cenário esperado” se confirme.
Atualmente, o Copom mira 2024 e, principalmente, 2025 para conduzir a Selic, para os quais a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou alta de 4,51% nos 12 meses até janeiro. O BC projeta IPCA de 3,5% para 2024 e de 3,2% para 2025.
Galípolo comentou ainda que acredita “que existe um crescimento do componente técnico nas precificações” de ativos globalmente, por causa dos EUA. “O desequilíbrio no mercado de títulos públicos nos Estados Unidos parece estar influenciando bastante [os preços].”