O petróleo se recuperou da forte queda vista no começo da sessão e fechou em alta marginal nesta segunda-feira (19), dia de baixa liquidez nos mercados globais por conta do feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, que deixou o pregão de Nova York fechado.
O petróleo Brent, a referência global, com entrega prevista para abril fechou em alta de 0,11%, a US$ 83,56 por barril, em Londres.
No começo do dia, o petróleo apagava praticamente todo o ganho acumulado ao longo da semana passada, sob temores de que uma economia global mais fraca reduza a demanda pela commodity a níveis ainda mais baixos que os previstos.
No entanto, a continuidade do conflito no Oriente Médio tem dado suporte ao petróleo, que se mantém firme ao redor dos US$ 80 apesar de alguma volatilidade recente, principalmente após dados fortes de inflação nos Estados Unidos reduzirem as chances de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) neste ano.
Em relatório recente, os economistas Garbis Iradian e Ivan Burgara, do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), estimam cerca de 30% de chance de que o conflito escale para uma guerra de ampla escala que envolva o Hezbollah e, em parte, o Irã, o que prejudicaria severamente o fornecimento de petróleo do Oriente Médio ao resto do mundo. “Nesse cenário, os preços da energia aumentam, levando a pressões inflacionárias mais altas e a um crescimento global mais fraco”, alertam.
No entanto, Iradian e Burgara calculam maior probabilidade (de 70%) a um cenário de contenção do conflito, em que as contraofensivas do Ocidente diminuem significativamente as capacidades militares dos rebeldes Houthi.
“Isso permitiria a retomada do comércio por meio do Mar Vermelho nos próximos meses. Também presumimos a continuação de confrontos limitados entre Israel e o Hezbollah. Por fim, os esforços contínuos da comunidade internacional, liderada pelos EUA, ajudarão a evitar uma nova escalada no conflito”, descrevem os economistas.