Os acionistas do UBS aprovaram uma mudança que tornará os títulos AT1 recentemente emitidos pelo banco conversíveis, mais um passo para se distanciar de termos que prejudicaram os credores do Credit Suisse no ano passado.
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Na assembleia-geral anual do credor nesta quarta-feira, os acionistas aprovaram alterações de estatutos que permitirão que qualquer título AT1 emitido desde a aquisição do Credit Suisse seja convertido em ações, em vez de sofrer uma baixa contábil, se cláusulas de perda forem acionadas.
Os títulos AT1, do inglês ‘Additional Tier 1’, foram criados para ajudar instituições financeiras a cumprirem requisitos de capital de nível 1. Eles protegem os bancos em tempos de crise com cláusulas de suspensão de pagamentos, para preservar a liquidez do credor.
Também conhecidos como CoCos, do inglês ‘contingent convertible bonds’, esse tipo de dívida também é usada por bancos brasileiros como Itaú Unibanco e Banco do Brasil.
No caso do Credit Suisse, a dívida foi totalmente cancelada, levando à indignação dos credores e processos jurídicos. Muitos não se deram conta que havia um mecanismo de baixa contábil que os deixou com nada quando o banco foi adquirido pelo UBS. O mecanismo que garante a conversão em ações foi adicionado quando o UBS voltou ao mercado AT1 no final de 2023, mas só pode ser ativado agora que os acionistas votaram a favor da mudança.
Esta aprovação “pode facilitar mais emissões de AT1”, disse Jeroen Julius, analista-sênior de crédito da Bloomberg Intelligence. O UBS já vendeu quase US$ 5 bilhões em notas AT1 desde a aquisição do Credit Suisse, segundo dados compilados pela Bloomberg.