Alexandre de Moraes dá cinco dias para PGR se manifestar sobre ida de Bolsonaro à embaixada | Política

by g360noticias
Alexandre de Moraes dá cinco dias para PGR se manifestar sobre ida de Bolsonaro à embaixada | Política

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o documento com as explicações apresentadas pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o caso da embaixada da Hungria. O ministro deu cinco dias para o órgão se manifestar, e somente depois disso vai analisar o caso.

Na segunda-feira, o jornal americano “The New York Times” revelou que Bolsonaro se hospedou na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). O ex-presidente reside na capital federal.

Segundo a reportagem, o ex-presidente entrou na sede da embaixada em 12 de fevereiro, quatro dias depois da ação da PF. Para o jornal, o movimento indica que o ex-presidente poderia estar em busca de asilo político no país europeu, diante da possibilidade de ser preso por conta dos processos que enfrenta no Brasil. Autoridades brasileiras não poderiam cumprir uma eventual ordem de prisão dentro da embaixada.

No documento enviado ao STF nesta quarta-feira, os advogados de Bolsonaro afirmaram que ele não teria motivos para “temer” uma “improvável, reprovável e incabível” prisão preventiva e que, portanto, seria “ilógico” supor que o motivo da estadia seria pedir asilo político ao país europeu.

O argumento da defesa é que, no dia 8 de fevereiro, Bolsonaro já havia sido alvo da operação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, quando foram impostas medidas cautelares ao ex-presidente, como a apreensão do seu passaporte.

“Portanto, diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga”, afirma a petição, assinada pelos advogados

Para a defesa, a “imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”.

A Hungria é comandada pelo primeiro-ministro Viktor Orban, político de extrema direita, de quem Bolsonaro se aproximou quando ocupou a Presidência. Os dois mantêm uma relação de proximidade e haviam se encontrado meses antes na Argentina, em Buenos Aires, durante a posse do presidente Javier Milei.

Jair Bolsonaro caminha pelas dependências da embaixada húngara no Brasil, em Brasília — Foto: Reprodução/New York Times

Fonte: valor.globo.com