Ambulantes recorrem ao Ministério Público para discutir retirada do Centro de Anápolis

by g360noticias

A retirada de vendedores ambulantes do Centro de Anápolis tem mobilizado trabalhadores, parlamentares e agora também o Ministério Público de Goiás (MPGO). Uma audiência está marcada para esta semana com o promotor responsável pela 15ª Promotoria, especializada em Meio Ambiente, e contará com a presença do vereador Rimet Jules (PT) e de uma comissão formada por cinco ambulantes, eleita durante audiência pública.

O vereador destaca a importância do envolvimento do Ministério Público no processo. “O MP é o fiscal da legislação e deve intervir em situações que envolvem coletividades, como essa dos ambulantes. Pode haver violações de direitos humanos e trabalhistas, além da questão ambiental urbana. É obrigação do MP acompanhar esse processo e garantir um tratamento adequado”, afirmou Rimet.

A movimentação ocorre em meio ao debate crescente sobre o futuro dos ambulantes que ocupam o centro comercial da cidade. Segundo o parlamentar, o apoio de outros vereadores, como Fred Caixeta (PRTB) e Cleide Hilário (Republicanos), reforça a articulação política em torno do tema. Ambos também manifestaram interesse em participar da audiência com o MP.

“Já percebemos um recuo do Executivo na questão da retirada imediata e sem planejamento. Havia, inicialmente, uma conversa informal com a determinação de desocupação em até 30 dias. Mas o prefeito já sinalizou recuo e garantiu que haverá diálogo. Isso é um avanço importante”, avaliou Rimet.

Em recente declaração, o prefeito Márcio Corrêa (PL) reafirmou que qualquer medida será tomada com base no consenso e na escuta dos envolvidos. “Todas as ações serão pautadas pelo diálogo. Precisamos organizar o espaço urbano e garantir o direito de ir e vir, mas quem trabalha e produz sempre terá meu apoio. Nenhuma decisão será tomada sem ouvir os envolvidos”, garantiu o chefe do Executivo municipal.

Apesar do novo tom adotado pela Prefeitura, Rimet reforça a necessidade de manter a mobilização e a pressão institucional. “A audiência com o MP continua marcada. Precisamos assegurar que todas as decisões sejam tomadas com a participação efetiva dos trabalhadores e com respeito à legislação. Não se pode adotar medidas que prejudiquem centenas de famílias sem planejamento adequado”, enfatizou o vereador.

A polêmica teve início em 14 de março, quando representantes da Prefeitura comunicaram aos ambulantes a intenção de reorganizar o espaço central, com a retirada das barracas informais. Desde então, a proposta tem enfrentado resistência. Até o momento, não há definição oficial sobre a área de realocação dos comerciantes, embora a administração municipal estude a criação de um sistema de cadastramento e a possível disponibilização de espaços próximos ao Mercado Municipal.

A expectativa em torno da audiência com o Ministério Público é alta, sendo vista como um momento crucial para garantir que os direitos dos ambulantes sejam preservados e que qualquer mudança ocorra de forma justa, transparente e dialogada.