O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse neste domingo que “não há prazo” para se encerrarem as buscas pelos dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O ministro atribuiu a demora na captura dos fugitivos à geografia do local, que classificou como “complexa”.
- Leia também: Fuga de dois presos da Penitenciária de Mossoró é ‘problema localizado’, diz Lewandowski
“É um terreno complexo do ponto de vista das buscas, porque ele é basicamente coberto por matas”, justificou, em entrevista coletiva concedida em Mossoró, onde desembarcou nesta manhã para acompanhar de perto as investigações. Ele se juntou ao secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, que se encontra no município potiguar desde quinta-feira coordenando os trabalhos.
O ministro ponderou que ainda não é possível afirmar se houve facilitação da fuga de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, ambos ligados à facção criminosa Comando Vermelho. “Enquanto as investigações não terminarem, seja a investigação que está sendo feita no âmbito administrativo seja a investigação que está sendo feito aqui no âmbito policial, nós não podemos afirmar que houve conivência de quem quer que seja”, ressaltou.
O ministro disse que não teve conhecimento oficial de relatórios mencionados neste domingo pelo jornal O Globo. Um dos documentos, elaborado por autoridades policiais em 2021, diz que 124 câmeras de segurança estavam sem funcionar no presídio de Mossoró. Outro relatório, de setembro de 2023, indicou problemas de segurança no chamado “shaft”, área onde ficam as tubulações.
Ele acrescentou que falhas estruturais estão sendo revistas. “As possíveis falhas já estão corrigidas de maneira que o presídio de Mossoró voltou a ser um presídio absolutamente seguro”, afirmou.
As buscas avançaram pelo quinto dia, com uma força-tarefa envolvendo cerca de 500 policiais federais e estaduais. A fuga ocorreu na madrugada de quarta-feira, e foi a primeira ocorrência na história do sistema penitenciário federal, inaugurado em 2006.
O ministro observou que, além das rodovias federais, que estão monitoradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), há estradas vicinais, que dificultam as buscas. A força-tarefa avalia que os presos ainda estão num perímetro de 15 quilômetros do presídio. Na sexta-feira (16), eles invadiram uma casa nas proximidades, onde fizeram reféns, e roubaram comida, roupas e celulares. Helicópteros, drones, cães farejadores, sensores térmicos e demais instrumentos auxiliam as buscas. (Colaborou Andrea Jubé)