Câmara Municipal aprova reestruturação com divergências entre parlamentares

by g360noticias

Em uma sessão marcada por debates acalorados, os vereadores da Câmara Municipal aprovaram, nesta quinta-feira (27), em segunda votação, o projeto de reestruturação do Legislativo. A matéria, que não constava na pauta do dia, foi incluída por meio de inversão de pauta e acabou gerando discussões entre os parlamentares.

A votação revelou um embate entre os vereadores, com destaque para o posicionamento contrário dos representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Liberal (PL). Edward Madureira e Fabrício Rosa, ambos do PT, manifestaram-se contra a proposta, ressaltando a ausência da colega Kátia Maria, que estava em viagem ao Rio de Janeiro para acompanhar as comemorações dos 45 anos do partido.

Para Madureira, a criação de novos cargos é desnecessária e a prioridade deveria ser a devolução de recursos do duodécimo ao Paço Municipal para investimentos na cidade. “Sou contra a contratação que não seja por concurso público. Já temos aqui cargos comissionados suficientes para o funcionamento da estrutura da Casa”, argumentou.

A bancada do PL também rejeitou a proposta. Vitor Hugo, Oséias Varão e Coronel Urzêda votaram contra, enquanto Willian Veloso, que também é do partido, não conseguiu acessar o plenário devido a problemas técnicos nos elevadores da Casa. “Foi uma infeliz coincidência os dois elevadores apresentarem defeitos simultaneamente, o que impossibilitou meu acesso. Felizmente, os reparos já estão em andamento”, relatou Veloso.

Vitor Hugo justificou a oposição ao projeto citando o atual cenário financeiro da Prefeitura de Goiânia, que enfrenta um déficit estimado em R$ 3,4 bilhões. “Com um rombo sendo apurado e sem termos certeza do valor exato, o aumento de cargos neste momento não é adequado”, afirmou.

Por outro lado, parlamentares defenderam a reestruturação, como Aava Santiago (PSDB), que destacou a necessidade de fortalecer órgãos essenciais da Casa, como as ouvidorias da Mulher e de Combate a Crimes Raciais e de Intolerância. “Criamos uma rede que atende mais de 700 mulheres por mês. No entanto, recebi uma notificação do Conselho Federal de Psicologia informando que o trabalho voluntário não poderia continuar e que as profissionais deveriam ser nomeadas. Se não houver cargos para isso, um projeto premiado e que salva vidas pode ser encerrado”, alertou.

O decano da Casa, Anselmo Pereira (MDB), também se posicionou a favor da medida, argumentando que a reestruturação prepara a Câmara para a ampliação do número de cadeiras, que passará de 37 para 39 nas eleições municipais de 2028. “Todos os custos estão dentro do duodécimo da Casa, e constantemente devolvemos recursos ao Executivo. Nesta gestão, já retornamos quase R$ 100 milhões. A proposta é uma modernização, e um concurso público será realizado para suprir o déficit técnico”, garantiu.

Com 22 votos favoráveis e cinco contrários, o projeto foi aprovado e segue agora para promulgação pela Mesa Diretora da Câmara Municipal.