Cientistas de Xangai, na China, desenvolveram um exame de sangue de baixo custo para ajudar a detectar casos de câncer em países mais pobres. O método, divulgado como sendo “mais simples” que o convencional, pode detectar múltiplas doenças em poucos minutos.
A técnica desenvolvida pelos pesquisadores usa manchas secas de soro, que podem ser transportadas para instalações centrais para análise, diminuindo a necessidade de instalações especializadas e armazenamento refrigerado utilizado nos testes tradicionais de sangue para câncer.
O artigo “A sustainable approach to universal metabolic cancer diagnosis” (Uma abordagem sustentável para o diagnóstico universal do câncer metabólico, em tradução livre), publicado pela Nature Sustainability na última semana, indica que o teste pode atingir níveis elevados de precisão diagnóstica, mesmo quando realizado em locais com recursos limitados.
“Este trabalho fornece informações sobre como fornecer diagnóstico metabólico com ganhos máximos de saúde usando os recursos disponíveis”, descrevem os pesquisadores. O novo método de diagnóstico deverá custar menos do que as abordagens tradicionais, uma vez que os produtos químicos necessários são baratos.
Dentre os tipos de cânceres detectáveis pelo novo método, estão o colorretal, gástrico e pancreático, por exemplo.
Conforme reportado pelo “Financial Times“, o estudo aponta que os países de baixo e médio rendimento são responsáveis por cerca de 70% das mortes por câncer no mundo, mas não têm acesso às tecnologias mais avançadas de diagnósticos que estão disponíveis nas nações mais ricas.
A Organização Mundial da Saúde indica que, nesses locais, a taxa de doenças não detectadas é elevada, devido à falta de acesso a essas instalações.
“Nossa avaliação mostra que a implementação desta ferramenta em regiões menos desenvolvidas poderia reduzir a proporção estimada de casos não diagnosticados de câncer colorretal de 84,30% para 29,20%, câncer gástrico de 77,57% para 57,22% e câncer pancreático de 34,56% para 9,30%”, diz o artigo.
Porém, o estudiosos destacam que melhorias nas capacidades de diagnóstico precisariam ser acompanhadas por um aumento na capacidade de tratamento. Se as instalações de tratamento não estiverem disponíveis ou forem inacessíveis, o diagnóstico pode ter um benefício limitado.