O advogado Fabio Wajngarten comunicou pelas redes sociais que a defesa de Jair Bolsonaro (PL) vai protocolar nesta quarta-feira (27), por meio eletrônico, as explicações sobre a permanência de dois dias do ex-presidente na embaixada da Hungria, em Brasília, em fevereiro. A solicitação foi feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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O advogado, também ex-assessor de Bolsonaro, afirmou ainda que a defesa quer despachar pessoalmente com Moraes. “(…) a fim de elucidar por completo toda e qualquer especulação fantasiosa sobre o tema”, escreveu Wajngarten na rede X (antigo Twitter). O STF está em recesso nesta quarta-feira.
No início da semana, Moraes, que é relator de inquéritos contra Bolsonaro no STF, deu 48 horas para o ex-presidente se manifestar sobre a visita.
Bolsonaro esteve na Embaixada húngara de 12 a 14 de fevereiro, quatro dias depois de operação da Polícia Federal sobre uma suporta tentativa de golpe de Estado em 2022. Na ocasião, Bolsonaro teve seu passaporte retido.
A estadia foi revelada pelo jornal “The New York Times”, que teve acesso aos vídeos de segurança da embaixada. Bolsonaro foi recebido pelo embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai. A Hungria é comandada pelo primeiro-ministro Viktor Orban, político de extrema direita, de quem Bolsonaro se aproximou quando ocupou a Presidência. Os dois mantinham uma relação de proximidade e haviam se encontrado meses antes na Argentina, em Buenos Aires, durante a posse do presidente Javier Milei.
A permanência no local levantou dúvidas se a intenção de Bolsonaro, que tem residência em Brasília, era se proteger de um eventual pedido de prisão preventiva — autoridades brasileiras não poderiam cumprir a ordem dentro de uma embaixada.
Em manifestações à imprensa, tanto Bolsonaro quanto seus advogados afirmaram que a ida foi um convite do governo húngaro para conversar sobre a situação política dos dois países.
Segundo os advogados de Bolsonaro, “quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de “fake news’”.