A sessão desta terça-feira (9), na Câmara Municipal de Goiânia, foi marcada por um embate acalorado entre a vereadora Aava Santiago (PSDB) e o vereador Sargento Novandir (Republicanos), que resultou em interrupção dos trabalhos e gerou forte repercussão entre os parlamentares.
Na ocasião, diretoras de escolas lotaram a galeria do Plenário na expectativa de acompanhar a discussão sobre o projeto que amplia de dois para cinco anos a prorrogação de contratos temporários na Educação. Entretanto, a proposta não constava na pauta e sequer havia sido apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), impossibilitando qualquer deliberação naquele momento.
Apesar disso, Novandir utilizou seu tempo de fala para acusar a vereadora Aava de tentar realizar uma conferência de quórum com a finalidade de obstruir a suposta votação da matéria. A parlamentar rebateu imediatamente, classificando a acusação como desonesta, já que o projeto não poderia, em hipótese alguma, ser apreciado naquela sessão.
“Defendo a Educação de forma incansável, e a categoria sabe que pode contar com o meu trabalho. O que não podemos admitir é que se faça um jogo político às custas da esperança de quem acompanha essa Casa”, afirmou Aava em resposta.
O debate, no entanto, rapidamente deixou o campo político e ganhou contornos pessoais. Em tom exaltado, Novandir abandonou o assento habitual no lado oposto do Plenário e se posicionou ao lado da parlamentar justamente enquanto ela discursava. A atitude foi interpretada como tentativa de intimidação, levando a vereadora a se retirar de sua cadeira. Em seguida, o vereador passou a interrogá-la de forma ofensiva, questionando seus movimentos no espaço legislativo.
Diante da cena, Aava acionou a Mesa Diretora, cobrando providências e denunciando a postura invasiva e desrespeitosa do colega. O episódio foi amplamente repudiado por vereadores de diferentes bancadas, que se disseram constrangidos e chocados com a situação.
Entre os colegas, destacou-se também a avaliação de que o comportamento de Novandir não se trata de um caso isolado. Parlamentares lembraram que o vereador já acumula histórico de episódios semelhantes e de representações no Conselho de Ética da Casa, por condutas consideradas agressivas e intimidadoras.
A sessão só foi retomada após intervenção da presidência em exercício, que suspendeu os trabalhos por dez minutos.
O episódio expôs novamente o clima de tensão que tem marcado parte dos debates na Câmara Municipal, em especial quando a pauta envolve temas de impacto direto para servidores da Educação e para a comunidade escolar.