4
Profissionais reivindicam regularização de pagamentos e melhorias nas condições de trabalho; atendimentos de urgência e emergência permanecem inalterados
A partir das 7h desta terça-feira, 18 de fevereiro de 2025, médicos credenciados ao Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) iniciaram uma paralisação de 48 horas. A ação, organizada pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (SIMEGO), foi aprovada em assembleia geral extraordinária como forma de advertência devido à ausência de respostas às demandas da categoria. Durante o período de paralisação, consultas e exames eletivos estarão suspensos em todo o estado, enquanto atendimentos de urgência e emergência continuarão sendo realizados, conforme determina a legislação vigente.
Principais reivindicações
Os profissionais alegam atrasos e irregularidades nos pagamentos desde agosto de 2023. Entre as principais demandas estão:
•Data fixa e unificação dos pagamentos: os médicos solicitam uma data estabelecida para os repasses, visando à regularidade financeira.
•Reajuste do valor da consulta para R$ 130,00: atualização dos honorários para refletir os custos atuais e a valorização profissional.
•Pagamento direto aos médicos, sem intermediação de hospitais: busca por maior transparência e agilidade nos repasses.
•Revisão dos valores destinados a Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs): adequação dos valores para cobrir os custos reais desses materiais.
•Atualização da Tabela da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM): alinhamento com os procedimentos e valores praticados nacionalmente.
•Identificação nominal dos auditores responsáveis pela liberação de guias: transparência nos processos de autorização de procedimentos.
•Cobrança de diferenças de honorários por instrumentação cirúrgica e acomodação hospitalar: adequação dos valores pagos por esses serviços específicos.
Posicionamento do Ipasgo
Em nota oficial, o Ipasgo Saúde expressou surpresa e perplexidade diante da decisão unilateral do SIMEGO de realizar a paralisação nos dias 18 e 19 de fevereiro, sob a alegação de que as demandas da categoria não foram atendidas. A instituição afirmou não ter recebido qualquer documento oficial do sindicato detalhando a pauta reivindicatória. Além disso, o Ipasgo destacou que a paralisação abrange cerca de 10% da rede credenciada, composta por aproximadamente 5 mil profissionais e instituições, garantindo que 90% dos prestadores mantêm os atendimentos regulares aos quase 600 mil beneficiários do plano. A entidade também afirmou desconhecer qualquer falta de pagamento à rede credenciada, informando que, desde setembro de 2024, foram repassados quase R$ 1 bilhão aos prestadores de serviço. Nos dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, foram efetuados pagamentos que totalizam R$ 18,2 milhões. O Ipasgo ressaltou que eventuais pendências devem ser formalmente comunicadas para que possam ser apuradas e solucionadas com celeridade. A instituição alertou que a suspensão injustificada e unilateral dos atendimentos fere as regras contratuais estabelecidas, podendo resultar em sanções, incluindo a rescisão do contrato e o descredenciamento do prestador. O Ipasgo reafirmou seu compromisso com a excelência, a continuidade dos serviços prestados e o diálogo responsável e construtivo, pautado pela transparência, ética e respeito aos beneficiários.
Repercussão e próximos passos
A paralisação tem gerado debates entre profissionais de saúde, gestores e beneficiários do Ipasgo. A deputada estadual Bia de Lima (PT) manifestou preocupação com a situação, destacando a necessidade de diálogo para resolver o impasse e garantir a continuidade dos serviços prestados aos servidores públicos e militares do estado. O SIMEGO não descartou a possibilidade de novas mobilizações caso as reivindicações não sejam atendidas, enfatizando a importância de soluções concretas para os problemas apontados. Enquanto isso, os beneficiários do Ipasgo são orientados a verificar previamente a disponibilidade de atendimentos eletivos e, em casos de urgência e emergência, procurar os serviços que continuam em funcionamento normal.
A situação permanece em desenvolvimento, e novas reuniões entre as partes envolvidas são esperadas nos próximos dias para buscar uma resolução que atenda aos interesses dos profissionais de saúde e assegure a qualidade dos serviços oferecidos aos beneficiários do Ipasgo.