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A Polícia Civil de Goiás emitiu um alerta nesta segunda-feira (24) sobre o “golpe do falso advogado”, um esquema fraudulento no qual criminosos se passam por advogados ou assessores jurídicos para enganar vítimas que aguardam pagamentos judiciais. Os golpistas obtêm informações de processos reais e entram em contato com as partes envolvidas, solicitando pagamentos de taxas ou impostos para a liberação de supostos valores devidos.
O crime tem se tornado cada vez mais sofisticado, utilizando documentos falsos, como alvarás e decisões judiciais, para conferir autenticidade à abordagem. Os criminosos também criam um senso de urgência para pressionar as vítimas a realizarem pagamentos rapidamente, alegando que o processo só será concluído com o desembolso solicitado.
Investigações, prisões e impacto financeiro
Nos últimos meses, a Polícia Civil tem intensificado as investigações e operações contra esse tipo de fraude. Em julho de 2024, a corporação, em parceria com a Polícia Civil do Ceará e o Ministério da Justiça, deflagrou a operação “Precatório Fantasma”, resultando na prisão de 14 indivíduos suspeitos de integrarem uma organização criminosa especializada nesse golpe.
A ação incluiu o cumprimento de 30 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de mais de 340 contas bancárias relacionadas aos investigados. Segundo a polícia, a organização atuava em diversas cidades, incluindo Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba, Aquiraz, Maranguape e Canindé. Em Goiás, foram identificadas mais de 50 vítimas, com prejuízos estimados em aproximadamente R$ 300 mil.
As autoridades também alertam que há indícios de que esse golpe esteja ocorrendo em outros estados, com variações na abordagem, mas sempre utilizando a mesma estratégia: acesso a dados judiciais legítimos, envio de documentos falsificados e exigência de pagamentos antecipados.
Como os criminosos agem
Os golpistas entram em contato com as vítimas, geralmente por telefone ou aplicativos de mensagem, e informam que há valores disponíveis para saque referentes a processos judiciais. Para dar mais credibilidade à fraude, eles usam informações reais dos processos e até mesmo falsificam alvarás judiciais e decisões com nomes de juízes e desembargadores, utilizando brasões oficiais do Poder Judiciário.
Muitas vítimas, confiando na autenticidade das informações, acabam realizando os depósitos solicitados. Após o pagamento, os criminosos desaparecem, e a vítima percebe que caiu em um golpe.
Medidas preventivas e orientações da Polícia Civil
A Polícia Civil de Goiás recomenda que a população adote algumas precauções para evitar ser vítima desse tipo de crime:
•Verificação direta: Antes de realizar qualquer pagamento, entre em contato com seu advogado ou defensor público para confirmar a veracidade da informação recebida.
•Consulta processual: Sempre acompanhe o andamento do seu processo por meio dos canais oficiais do Poder Judiciário.
•Desconfiança de solicitações financeiras: Nenhum advogado ou órgão oficial solicita pagamento antecipado de taxas por meio de ligações ou mensagens.
•Denúncia: Caso suspeite de uma tentativa de golpe, registre um boletim de ocorrência para que as autoridades possam investigar.
Além dessas orientações, a Polícia Civil está desenvolvendo uma cartilha com informações detalhadas sobre o golpe do falso advogado, que será disponibilizada em breve no site e nas redes sociais da instituição.
Penalidades para os criminosos
Os envolvidos nesse tipo de fraude podem ser enquadrados no crime de fraude eletrônica, cuja pena varia de 4 a 8 anos de prisão. A Polícia Civil reforça a importância de denúncias para coibir essa prática criminosa e evitar que mais pessoas sejam lesadas.
A recomendação final das autoridades é clara: nunca realize pagamentos sem verificar a autenticidade das informações e, ao menor sinal de fraude, denuncie. A atenção e a precaução são as melhores formas de evitar prejuízos e garantir que esses criminosos sejam responsabilizados.
Por Milkylenne Cardoso