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A administração municipal de Goiânia enfrenta uma crise financeira sem precedentes. O prefeito Sandro Mabel revelou que a dívida herdada da gestão anterior atinge a marca de R$ 3,4 bilhões, valor que classificou como “impagável”. Diante desse cenário, a prefeitura anunciou uma série de medidas emergenciais visando sanear as contas públicas e garantir a continuidade dos serviços essenciais à população.
Detalhamento da dívida
O relatório final da Comissão de Transição, apresentado em 7 de janeiro de 2025, detalha a composição da dívida municipal:
•Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg): R$ 2,35 bilhões
•Secretaria Municipal de Saúde (SMS): R$ 609 milhões
•Tesouro Municipal: R$ 300 milhões
•Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas): R$ 226 milhões
•Secretaria Municipal de Educação (SME): R$ 60 milhões
•Secretaria de Infraestrutura (Seinfra): R$ 43 milhões
•Secretaria Municipal de Administração (Semad): R$ 30 milhões
Esses números evidenciam a gravidade da situação fiscal do município, com destaque para os passivos da Comurg e do Imas, que juntos representam aproximadamente 76% do total da dívida.
Medidas anunciadas
Em resposta à crise, o prefeito Sandro Mabel assinou 12 decretos administrativos, incluindo um de calamidade financeira. As ações propostas visam:
•Contenção de Despesas: Redução imediata de gastos em todas as secretarias e órgãos municipais.
•Renegociação de Dívidas: Início de diálogos com credores para estabelecer novos prazos e condições de pagamento.
•Reestruturação de Órgãos: Auditorias e reformas administrativas na Comurg e no Imas para melhorar a eficiência e sustentabilidade financeira.
O secretário de Finanças, Valdivino José de Oliveira, destacou a urgência dessas medidas:
“Precisamos frear essa bola de neve. O decreto de calamidade financeira é essencial para conter gastos e iniciar um processo de reversão. Temos condições de reverter esse cenário em seis meses, mas será necessário esforço conjunto e planejamento rigoroso.”
Impacto nos serviços públicos
A crise financeira já afeta a prestação de serviços essenciais. A dívida da Comurg compromete a limpeza urbana e a manutenção de áreas públicas, enquanto o déficit no Imas prejudica o atendimento médico aos servidores municipais. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde enfrenta dificuldades para manter contratos com fornecedores e prestadores de serviços, colocando em risco o atendimento à população.
O ex-prefeito Rogério Cruz contestou os números apresentados, alegando que a situação financeira da capital “não é tão negativa como falaram”. No entanto, Sandro Mabel rebateu, afirmando que a situação é “muito grave” e requer intervenções imediatas.
A nova gestão planeja utilizar tecnologia e métodos de governança para monitorar gastos e aumentar a transparência. A expectativa é que, com as medidas adotadas, seja possível estabilizar as finanças municipais e retomar investimentos em áreas prioritárias para a população de Goiânia.
A declaração do prefeito Sandro Mabel sobre a dívida “impagável” de R$ 3,4 bilhões coloca em evidência os desafios enfrentados pela administração municipal. As medidas emergenciais anunciadas refletem a gravidade da situação e a necessidade de ações imediatas para assegurar a continuidade dos serviços públicos e a recuperação financeira de Goiânia.