Prefeitura do Rio exonera indicados de Chiquinho Brazão após prisão por suspeita de mandar matar Marielle | Política

by g360noticias
Prefeitura do Rio exonera indicados de Chiquinho Brazão após prisão por suspeita de mandar matar Marielle | Política

Desde que o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) foi preso sob suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Prefeitura do Rio de Janeiro exonerou dez assessores indicados pelo parlamentar. Os servidores haviam sido nomeados por Chiquinho na época em que ele foi secretário de Ação Comunitária do Executivo carioca.

O deputado federal assumiu a pasta em outubro, mas foi exonerado no início de fevereiro após saírem as primeiras notícias de que seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, estava sendo investigado por suspeita de ter ordenado o homicídio de Marielle. No início desta semana, os dois foram presos pela Polícia Federal, com ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, apontado como quem orquestrou o crime e garantiu impunidade aos Brazão pela morte da vereadora.

Apesar da saída de Chiquinho da prefeitura, seus indicados continuaram na pasta até agora. O sucessor do deputado no comando da secretaria, Ricardo Abrão (União Brasil), foi exonerado na terça-feira (26) com outras seis pessoas — entre elas, o chefe de gabinete, subsecretários e o coordenador-geral. Sobrinho do bicheiro Anísio Abraão David, presidente de honra da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, Abrão é aliado antigo da família Brazão e manteve as nomeações de Chiquinho na pasta.

Nessa quarta-feira (27), mais quatro exonerações foram oficializadas. Ainda assim, a Secretaria de Ação Comunitária mantém outras cinco pessoas nomeadas por Chiquinho.

Procurada, a prefeitura informou em nota que Marli Peçanha, que era a secretária antes de Chiquinho, reassumiu o cargo ontem “com autonomia para reformular os quadros da secretaria e dar continuidade aos principais projetos da pasta”.

A prefeitura já havia dito, após a prisão de Chiquinho, que sua escolha como secretário foi feita por um partido aliado, o Republicanos, para onde o deputado pretendia migrar na janela partidária se não tivesse sido preso.

O prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), tem evitado comentar publicamente a prisão do aliado. Na única menção que fez ao caso foi compartilhando uma fala de seu secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, que disse ter sido procurado pelo prefeito após as suspeitas da morte de Marielle recaírem sob Domingos Brazão. Na ocasião, Carnevale disse a Paes que a linha investigativa da Polícia Federal, apontando para o clã, fazia sentido, o que fez com que Chiquinho fosse exonerado.

Chiquinho Brazão — Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Fonte: valor.globo.com