Prefeitura se ausenta de audiência pública sobre realocação de ambulantes no Centro de Anápolis

by g360noticias

A ausência da Prefeitura de Anápolis em audiência pública realizada na última sexta-feira (21), na Câmara Municipal, gerou críticas e frustração entre os presentes. A reunião, convocada para discutir a proposta de realocação dos vendedores ambulantes da região central da cidade, lotou uma das salas do legislativo e evidenciou a tensão entre os trabalhadores e o poder público.

A proposta da gestão do prefeito Márcio Corrêa (PL) é transferir os ambulantes das vias centrais para uma área em frente à Estação Ferroviária. Os trabalhadores, no entanto, acusam a administração municipal de agir com truculência, especialmente por meio da equipe de Posturas, e reclamam da falta de diálogo com a categoria. O prazo estipulado para a mudança é de 60 dias, mas já é considerado inviável por membros da própria administração.

O vereador Rimet Jules (PT), responsável por propor a audiência, lamentou a ausência de qualquer representante do Executivo municipal na reunião. “É inadmissível que um debate tão importante ocorra sem a presença de quem propõe a mudança”, criticou o parlamentar, ecoando o sentimento de abandono manifestado por outros presentes.

Ambulantes aceitam padronização, mas rejeitam mudança de local

Durante a audiência, os ambulantes se mostraram abertos à ideia de padronizar seus carrinhos de trabalho, uma das exigências da Prefeitura, mas deixaram claro que não pretendem abandonar os pontos onde atuam há anos. Segundo eles, a permanência nas atuais localizações é essencial para a manutenção da clientela e da renda diária.

A justificativa da administração municipal para a realocação é a necessidade de desobstruir o chamado “quadrilátero central”, facilitando o fluxo de pedestres. Ainda assim, os trabalhadores se mostraram dispostos a colaborar dentro do possível, afirmando que estão dispostos a pagar as taxas municipais correspondentes para manter a regularização de suas atividades.

Conflito em aberto

Diante da forte reação dos ambulantes, a Prefeitura já admite, nos bastidores, que o prazo de 60 dias estabelecido pelo diretor de Posturas, coronel Marcos Vinícius Batista, dificilmente será cumprido. A mobilização da categoria tem se intensificado, e o grupo demonstra estar unido e determinado a resistir à proposta.

A audiência deixou claro que o caminho para um consenso será longo e exigirá diálogo, sensibilidade e disposição do poder público para ouvir aqueles que tiram o sustento diário das ruas do Centro. Enquanto isso, a tensão continua, e os ambulantes seguem firmes em sua luta por permanência e dignidade.