A Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) negou, nesta quarta-feira (19), a existência de um rodízio de abastecimento de água em Anápolis. A empresa respondeu a questionamentos da população, que tem relatado frequentes interrupções no fornecimento de água em diversos bairros do município. Segundo a concessionária, os reservatórios estão em níveis considerados adequados e nenhuma medida restritiva foi implementada.
A Saneago esclareceu que as falhas no abastecimento podem ocorrer por fatores pontuais, como atos de vandalismo, quedas de energia ou rompimentos na rede de distribuição. A companhia orienta os consumidores a entrarem em contato por meio dos canais de atendimento para relatar eventuais problemas e solicitar assistência técnica.
Apesar da negativa da concessionária, o presidente da Agência Reguladora do Município de Anápolis (ARM), Robson Torres, demonstrou preocupação com o abastecimento de água na cidade. Em entrevista à Rádio Imprensa, ele revelou que a agência tem recebido diversas reclamações sobre desabastecimento frequente em algumas regiões e destacou a necessidade de um monitoramento constante da situação.
“Tem chegado para a ARM informações de constante falta d’água, e sempre que somos acionados, vamos imediatamente ao local para averiguar a situação”, afirmou Torres.
O presidente da ARM também revelou que a agência solicitou à Saneago acesso ao supervisório, sistema que permite acompanhar em tempo real os níveis dos reservatórios. No entanto, segundo ele, a concessionária não atendeu ao pedido, o que pode levar a ARM a acionar a Justiça para obter os dados. “Se a Saneago não libera essas informações, ficamos sem saber exatamente o que está acontecendo. Parece que algo está sendo escondido”, declarou.
Torres alertou ainda que Anápolis está operando no limite da segurança hídrica. De acordo com ele, a capacidade de tratamento da cidade é de 975 litros por segundo, mas as perdas no sistema chegam a 30%, reduzindo a quantidade efetivamente distribuída à população para cerca de 680 litros por segundo. “Se a temperatura aumentar e as chuvas diminuírem, podemos enfrentar problemas”, advertiu.
Diante das incertezas sobre o abastecimento de água, a população segue apreensiva e cobrando soluções efetivas tanto da Saneago quanto das autoridades municipais.