Serena (ex-Omega) avalia iniciar programa de dividendos | Empresas

by g360noticias
Serena (ex-Omega) avalia iniciar programa de dividendos | Empresas

Diante de um contexto ainda difícil para projetos novos (greenfield), por conta dos baixos preços da energia no Brasil, e a perspectiva de maior entrada de caixa, a Serena (ex-Omega) não descarta a possibilidade de iniciar um programa de pagamento de dividendos para devolver capital aos acionistas e investidores.

Ao Valor, o fundador e CEO da empresa, Antonio Bastos, conta que a companhia concluiu em 2023 seu maior programa de investimentos, de R$ 4,5 bilhões em três grandes projetos eólicos na Bahia e no Texas, nos Estados Unidos. Com os projetos em operação e a perspectiva de um aumento de caixa, a empresa está apta a dar continuidade ao ciclo de expansão.

No entanto, o executivo destaca que o Brasil enfrenta um momento desafiador para o lançamento de novas usinas de grande porte. Isso se deve ao contexto de uma sobreoferta de geração de eletricidade, que puxa os preços da energia para baixo, e ao aumento dos custos de capital e do Capex (investimento). Segundo a previsão de Bastos, a convergência entre o preço da energia nova e o custo marginal de expansão deve ocorrer no final de 2025 ou início de 2026, abrindo assim a oportunidade para a empresa distribuir proventos aos acionistas.

“Em 2023, anunciamos um plano de negócios para 2027 e dizíamos que pela primeira vez, a companhia vai ter uma geração de caixa muito grande em decorrência dos investimentos feitos. Temos que ver se este volume maior de caixa vai encontrar projetos que criem valor para o acionista. Crescemos 17 vezes desde do IPO, ou seja, temos habilidade de achar projetos bons para fazer. Mas se não acharmos, não temos problema em lançar um programa de dividendos e retornar o capital para nossos investidores”, afirma.

A empresa tem atualmente 5 gigawatts (GW) de projetos solares desenvolvidos, mas a decisão da construção não está tomada. Há também a vontade de expandir a operação nos Estados Unidos, já que a empresa comercializa vender energia digitalmente a vários tipos de consumidores. Entretanto, a meta é buscar novos investidores para viabilizar o projeto. Outras dificuldades são a montagem de um time qualificado e a demora das aprovações regulatórias.

Por conta dos investimentos robustos, a alavancagem financeira da Serena, medido pela dívida líquida/Ebitda, ficou um pouco mais pressionada e terminou o de 2023 em 5,4 vezes. A posição de caixa da companhia foi reduzida para R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre, queda de 30%. Já a dívida líquida da companhia ao fim de de 2023 fechou em R$ 8,7 bilhões, crescimento de 30% na comparação anual.

Nos cálculos de Bastos, a entrada dos ativos em operação terá como efeito uma redução significativa da alavancagem. A expectativa é de que, com todos os ativos gerando resultados, a empresa alcance um Ebitda acima de R$ 1,91 bilhão em 2024.

Fonte: valor.globo.com