Verde não está convicta da vitória de Trump nos EUA | Finanças

by g360noticias
Verde não está convicta da vitória de Trump nos EUA | Finanças

A Verde Asset não está tão convicta da vitória do republicano Donald Trump sobre o atual presidente democrata Joe Biden, na corrida eleitoral nos EUA deste ano. Modelos da Verde, a partir de dados da empresa de pesquisa de opinião Gallup, indicam que um presidente americano precisa ter 70% de aprovação para conseguir fazer seu sucessor.

Biden tem, hoje, 40% de aprovação e 55% de desaprovação. “É ruim”, reconhece Daniel Leichsenring, economista-chefe da Verde. Mas ele cita os números para rebater a ideia de que qualquer democrata que não Biden poderia ganhar de Trump.

Leichsenring vai além: com 40% de aprovação, o modelo indica uma probabilidade de cerca de dois terços (66%) de Biden se reeleger.

Além disso, em todos os países, há um bom tempo, é observado que a aprovação dos governos sobe exatamente ao longo do ano eleitoral. A exceção recente, segundo Leichsenring, foi exatamente Trump, que viu sua avaliação piorar na última corrida à Casa Branca, em 2020.

Nos EUA, a avaliação dos presidentes sobe de 3 a 6 pontos percentuais em ano eleitoral, segundo Leichsenring. Isso já elevaria a probabilidade de eleição de Biden para algo na ordem de 80%, de acordo com o modelo da Verde.

Leichsenring explica que essas ainda não são as leituras ideais, porque as eleições estão relativamente distantes, e os modelos vão dando mais peso à aprovação e menos à reprovação quanto mais se aproxima do pleito.

Segundo Leichsenring, a Verde traz esses números porque, hoje, o mercado tem convicção da vitória de Trump. “E eu tenho convicção de que não é assim tão fácil e se eu tivesse de chutar, hoje, quem será eleito, eu diria que o Biden tem mais chance de ser reeleito do que o Trump”, afirma.

Isso, segundo ele, é bom para a tese da Verde de que os juros nos EUA vão cair até mais do que o mercado precifica. Para Leichsenring, Trump tende a adotar mais medidas protecionistas, como a imposição de tarifas sobre importação e também de corte de impostos às empresas, estimulando a atividade.

Ambas as medidas iriam no sentido de riscos de uma inflação maior. “Certamente, vai ter um certo ‘frisson’ sobre inflação”, afirma Leichsenring. “É mais razoável imaginar que a taxa de juros terá de permanecer mais alta sob Trump do que sob Biden”, afirma.

Fonte: valor.globo.com