Foi aprovado nesta quarta-feira, 9, na Câmara Municipal de Goiânia, o projeto de lei de autoria da vereadora Léia Klebia (Podemos) que institui políticas públicas voltadas para o amparo à saúde de mulheres em situação de uso abusivo de álcool, estendendo-se também ao atendimento de seus familiares.
A proposta prevê a criação de uma rede de acolhimento e assistência integrada, utilizando a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco nas necessidades específicas de cada mulher atendida. A iniciativa tem como objetivo proporcionar um suporte efetivo, tanto no tratamento da dependência quanto na reconstrução dos vínculos sociais e familiares.
Entre as diretrizes estabelecidas pelo projeto estão:
- atendimento multidisciplinar para avaliação e definição do tratamento mais adequado;
- campanhas permanentes de orientação e prevenção sobre os riscos do consumo de álcool;
- parcerias com entidades governamentais, instituições educacionais e empresas privadas;
- assistência psicossocial e medidas que favoreçam a reinserção social das mulheres em recuperação.
A vereadora Léia Klebia reforça a urgência da pauta com dados alarmantes. “A Organização Mundial da Saúde aponta que o uso contumaz de álcool provoca 2,8 milhões de mortes por ano no mundo, sendo 100 mil delas no Brasil”, destacou.
Segundo levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), somente no ano de 2020, cerca de duas mulheres morreram por hora no Brasil devido ao uso nocivo de álcool — totalizando 15.490 óbitos femininos atribuídos ao álcool naquele ano.
A parlamentar também chamou atenção para o recorte etário mais afetado. “A faixa etária mais impactada foi a de mulheres com 55 anos ou mais, representando 70,9% dos casos, seguida pelas de 35 a 54 anos (19,3%), de 18 a 34 anos (7,3%) e de 0 a 17 anos (2,5%)”, informou Léia.
Entre 2010 e 2020, o consumo abusivo de álcool entre mulheres brasileiras cresceu 4,25%, com aumento identificado em 12 capitais e no Distrito Federal. Os maiores índices de crescimento foram registrados em Curitiba (8,03%), São Paulo (7,34%) e Goiânia (6,72%).
Com a sanção da nova lei, a expectativa é de que Goiânia se torne referência no cuidado integral à saúde da mulher, com políticas mais humanizadas e eficazes no enfrentamento do abuso de álcool.